terça-feira, 6 de maio de 2008

Perto do seu céu


Nesta hora ao fim desta tarde fria do outono paulistano, recordo com memória enluarada um momento mágico.Estava a trabalho em Salvador no hotel um grupo de turistas todos de meia idade, nos confraterizamos no café da manhã antes que me viessem buscar para reuniões e a eles para passeios.Um olhar me revelou o mesmo mêdo da solidão desesperada das paralelas que nunca se encontram em uma das turistas, eu recém separado ela idem .Dois dias de conversas rapidas e reservarmos para nós o fim de semana.Aguardei ansioso o sabado que amanheceu nublado.Veio ao meu encontro com uma inúsitada capa de chuva sorrio e ela se defendendo -Sou paulistana como você e prevenir...Saimos de mãos dadas, adolescentes trocamos breves caricias.Na cidade baixa a tempestade anunciada nos obrigou a tomar abrigo na entrada de um dos casarões.Ela me olhou maliciosa com um sorriso de -Não disse ? A chuva não dava tregua-Vamos ?.Abriu a capa para que ambos nos protegessemos, procuramos abrigo mais protegido, ao meio do caminho foi inevitavel, aquele cheiro de intimidade sob a proteção de sua capa, nos encostou aos beijos em uma outra entrada agora me lambusando em seus beijos viajando em sua boca.A chuva continuava olhei para cima e somente vi sua capa ouvi o barulho da chuva.Foi o mais proximo que cheguei do céu aquele ano.Dormimos juntos, dia seguinte ela se foi a excursão não podia parar, nenhum de nós cumpriu as promessas de amor eterno, cartas, visitas, não havia e-mails então.Nunca mais nos vimos, mas como isto é forte dentro de mim...Era uma vez eu perto do seu céu...onde quer que você esteja.
Carlos Said

Um comentário:

Anônimo disse...

"Perto do seu céu"
{...]
Foi o mais próximo que cheguei do céu aquele ano.Dormimos juntos, dia seguinte ela se foi a excursão não podia parar, nenhum de nós cumpriu as promessas de amor eterno, cartas, visitas, não havia e-mails então.Nunca mais nos vimos, mas como isto é forte dentro de mim...
Era uma vez eu perto do seu céu...onde quer que você esteja.

Quando se deseja com muito ardor, consegue-se!
Tudo o tiver que ser já está escrito, ou, numa palavra, como aquela que aquele "seu" amigo escritor usou, para título de um livro:
Maktub!

Belo texto, este!
Quanto sentimento!
Que (se) voltem a encontrar (n)esse céu.

Um abraço,

Cristina