sábado, 12 de abril de 2008
Desvairada Sampa
Em minha querida e desvairada Sampa faço paisagens do que sinto, vou ao Viaduto do Chá e fico imaginando o vale do Anhangabaú despojado de prédios e viadutos deixando cantar seu riacho encoberto de asfalto e suas matas ainda virgens de mim e de todos os paulistanos.Vou encontrar com o impossível, antes que a boca da noite engula esta tarde e me conduza para o incógnito final do dia, voar sobre o rebanho de nuvens que cobre meu céu de inverno e lá de cima no privilegiado ponto de observação dos céus, ver os homens diminutos como formigas destruindo nosso planeta azul.Volto como para, recolher meu lixo, economizar água e cuidar da minha terra que é a parte que me cabe como espectador da vida.Como personagem sonhar as paisagens reféns de minhas retinas, as cachoeiras de Iguaçu e Presidente Médici, as florestas da Serra do Mar, o mar de Angra e como Bandeira me conscientizar “que só é meu o país que trago dentro do peito “ regresso ao apartamento que apequena meus horizontes em janelas, e sonho um sonho solitário como a flor do único vaso da minha vizinha aposentada, que a noite sou capaz de refazer, a destruição do dia e manter nosso planeta azul. Que seu sorriso encontre minha terra.
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Um comentário:
Enquanto o leio, sorrio. Eu e a João passeámos pela sua Sampa, para onde ela vai estudar, não tarda.
Vamos ser vizinhos, já viu?
Como se consegue, assim, num passo mágico, bêbado de azul, ligar duas cidades, duas ruas, duas casas?
Já pus um vaso do lado de fora da janela.
Assim, será mais fácil saber que estamos por cá.
Quando vir passar na rua, em baixo da sua janela, uma menina a sorrir, acenando a quem tem um vaso com uma planta em flor,no parapeito de uma outra janela, saberá que tem novos vizinhos, e que, a menina acena agora, não só para uma mãe sorrindo, mas também para o novo vizinho, que tão bem olha e cuida de uma fatia dum planeta que pintou em tons que lembram Sampa, por tão azuis!
Beijo,
Cris
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