Porque lhe veio a cabeça esse fragmento de musica na voz de Chico Buarque, como um gosto que volta a boca ?.”Afasta de mim este cálice”, como um som que viesse das janelas abertas, suburbanas de sua infância. Talvez a musica lhe soasse como fundo de alguma conversa de bar acontecido anos atrás, antes da ditadura, antes de suas viagens ao Rio de Janeiro, antes que seus ideais se esgotassem nos esgotos sujos de sangue sugados das celas infames criados pelos donos do poder e sendo ditadura da verdade. Crua, nua da indecência, abominável dos ladrões da liberdade, já não lembrava o nome dos companheiros, suas dores de alma eram menores que suas dores físicas, ainda ouvia a voz do coronel gritando em seu ouvido. ”Só os comunistas nos interessam seu porra, veadinho, estudante de merda, agora fala os seus contatos seu fdp, antes que a gente te desove com um monte de merda no meio do nada...fala...”
Falar? Com que boca, com que língua ? Sua língua esta como uma batata inchada, esburacada por suas próprias mordidas quando seus maxilares dançavam ao ritmo dos choques elétricos, e não grite da profundeza de seu medo, porque no fundo nos olhos deles você vê o que significam as palavras que profere. Você deu todos os nomes que eles sabiam nomes que ricocheteavam na torpe expressão dos subalternos ou no sorriso aparentemente plácido do oficial.
Mas então, porque, para que esta sanha assassina? Você se pergunta apenas por perguntar, dentro de um rito que só eles dominam e tem em seu corpo a eucaristia. Não, não eletricidade não. Doem seus braços de tanto que você se defendeu das pancadas, de tanto que protegeu essa cabeça desorientada sobre a qual se fecham os punhos deles, protegidos por anéis de ferro. Ainda sente a mordida dos ”plugs “ elétricos como bocas de pequenos crocodilos sendo presos em seus testículos antes que seu cérebro se desvencilhasse de seu corpo numa viagem talvez sem volta para o sonho do seu mundo livre.
Carlos Said
Inverno 2011
Homenagem a Manuel Vazques Montalban
domingo, 1 de abril de 2012
segunda-feira, 12 de abril de 2010
As cidades doentes...aos desabrigados
Os habitantes da cidade doente reunidos em frente a milhares de televisores, computadores e jornais, viam sucumbir entre montes de lixo e de vidas ceifadas um pedaço do seu mundo.Unidos pela dor a distancia deixava de existir e de inicio apenas aquela consternação, aquela tristeza infinda que desembocaria mesmo se mantendo numa indignação muda, por que tantos ?.Porque sempre os mais pobres ?Ha cinco dias homens e mulheres e crianças não dormem... sem o conforto do lar, sobreviventes da tragédia anunciada, se olham pasmos ante as perdas que os unem, outros a angustia de encontrar ao menos os corpos dos seus queridos...e vem muita ação de palavras, muita culpa na chuva na omissão criminosa e insidiosa, das autoridades...ninguém tem responsabilidade pelos menos afortunados, ninguém será punido, e esta falta de justiça ira torná-los mais céticos e mais omissos...não adianta...porque se perturbar...nada será feito pelos senhores do poder, e continuaram tendo nada alem desta solidariedade que nos protege, e este céu que nos acolhe.Frente a luz azul dos televisores e dos monitores, milhões vêm a tragédia de cidades co-irmãs da cidade doente, poucos se dão conta que serão reféns da mesma omissão e descaso, caso não sejam parte da elite dominante, desta nação de tantos filhos e poucos pais, estão condenados a serem as próximas vitimas.A frente de um monturo de lixo que se apresenta em suas telas, verão e se emocionarão com as lagrimas dos que tudo perderam e do mundo nada ganharam alem da madrasta vida, que os levou ao desastre...alguns jamais voltaram a dormir com seus queridos sejam maridos, mulheres, amantes filhos, sobrinhos, suas presenças, jamais os deixara assim como aquele monte de lixo onde foram enterrados, foram tratados na morte, como o foram em vida, lixo, ... resíduos de uma sociedade que jamais olha os seus iguais,e de autoridades que só autorizam seus próprios interesses...culpa das chuvas, dirão...em parte sim o planeta esta doente, mais doente estão os habitantes das cidades doentes, da luxuria de gastos, dos desgovernos, dos hipócritas de plantão, que alias sempre elegemos e iremos eleger até o fim dos tempos.Nos quatro pontos cardeais da desgraça há guardiões de seus queridos menos a segurança que não acontecera, os que não se foram mas abandoram, seus lares a força, por precaução ou medo, serão saqueados de seus míseros pertences sem ninguém que os proteja.E perceberam que nas cidades doentes onde moram, a maior doença é sua própria sina, refém que são da falta de escolhas, muitos serão mostrados como heróis e são, bombeiros, soldados mas o grande herói das cidades doentes, é seu próprio povo que tenta sanar com seus parcos recursos e amor, a doença endêmica de suas cidades.Mesmo sendo eles os construtores dos seus próprios algozes.De suas misérias se originam as fortunas da corrupção e da mais valia, que se um dia valeu amanhã nada valera, pois não haverá o que, nem de quem roubar, e não haverá compradores para seus produtos e nem haverá bancos para guardar suas fortunas, pois as cidades doentes, e o mundo doente costuma matar a todos que a infernizaram...pena que sempre comecem pelos mais pobres.... Que meu abraço encontre a todos os meus irmãos sofridos, oprimidos e abandonados e encontre neles o sorriso que os faz fortes...vamos a luta meus irmãos...pois a terra é do homem... não é de Deus nem tampouco do Diabo.Que o Poder Superior renove sempre a força que os faz...Gente.
Carlos Said
Carlos Said
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
A noite do destino.
A noite do destino.
Se acaso interessasse, teriam visto seus olhos. Assustadores eclipses de onde a vida partira, olhos, onde antes se hospedavam cupidos, agora um pântano derramando visões tantas, segredos, belezas e torpezas piedade do próprio estado de abandono. Perceberia o vento sem forças sequer para encrespar a maré pequena, oriunda de uma única gota de sangue esfomeado de vida devolvida gota a gota, átomo a átomo, ao grande incógnito vazio do Universo, que já não era necessário penetrar em seus pulmões ? O ar não se agita o mar permanece imóvel translúcido sem ondas, sem movimento, um grande lago sem vida, tanto vale a tumba quanto o regaço materno.
Não haverão de conhecer neste rosto pálido cerâmico os caminhos tortuosos esculpidos pela mão invisível e implacável do tempo.
Nada disto acontecerá nem a visão da felicidade alheia confortadora, nem a visão perturbadora da cólera alheia, nem a visão molhada de amores perdidos. Neste tumulo em que se transformara, ninguém se irrita, ninguém sorri, ninguém se mostra, o ódio não é permitido não é permitido sofrer além desta esperança desprovida de metas sem energia, este tédio sem fim.
O universo infalível da ostentação tecido no seu cérebro putrefava solitário nos seus sonhos dispersos, e estas luzes pálidas rotas que encharcavam úmidas e prateadas seu corpo abandonado, nada revelavam ou distinguiam. Todo o resto eram ofensas, emoções para este corpo nascido e morto da noite do destino.
Carlos Said
Não haverão de conhecer neste rosto pálido cerâmico os caminhos tortuosos esculpidos pela mão invisível e implacável do tempo.
Nada disto acontecerá nem a visão da felicidade alheia confortadora, nem a visão perturbadora da cólera alheia, nem a visão molhada de amores perdidos. Neste tumulo em que se transformara, ninguém se irrita, ninguém sorri, ninguém se mostra, o ódio não é permitido não é permitido sofrer além desta esperança desprovida de metas sem energia, este tédio sem fim.
O universo infalível da ostentação tecido no seu cérebro putrefava solitário nos seus sonhos dispersos, e estas luzes pálidas rotas que encharcavam úmidas e prateadas seu corpo abandonado, nada revelavam ou distinguiam. Todo o resto eram ofensas, emoções para este corpo nascido e morto da noite do destino.
Carlos Said
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O sopro de Deus
Este poema é do amigo André Passos e merece ser lido com atenção...talento não falta...
O Sopro de Deus
Um sopro de mágica se agiganta no ar,
transforma o sonho em verdade, o inóspito em lar
e caravelas em couraçados no mar.
Um sopro divino não se deixa calar.
Um sopro de mágica nasce do vazio.
É luz nas trevas, sentido ao desafio. É a Clio.
Vida à canção, da navalha o certeiro fio.
Um sopro de mágica: da nascente é o rio.
Um sopro de mágica eclode do nada,
sem deixar pegadas, na rasa almofada,
sem se aperceber se consterna, se agrada,
ao deixar-se pleno, se esvai na alvorada.
Um sopro de mágica é a fé decantada.
Vem do poder que cria. É a Fênix Alada.
Vem do desejo vivo. Ele é o Amor. É a estada.
É a saída. É a chegada. Ele é o tudo. É o nada.
André Passos
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
A dama de Botero.
Deixava seu corpo relaxar na cama, ainda divagando do sexo feito com carinho e sem amor, suas mãos lembravam seu passeio entre as dobras de gordura do corpo da mulher ressonando ao lado. Coxas imensas, barriga dupla confundindo-se com os seios, rosto redondo quase infantil dormia plácida, imerso o cérebro em seu leito de gordura. Entre suas coxas formavam-se pregas de carnes flácidas resíduos de um regime recente onde perdera 30 dos originais 140 quilos que carregava pela vida, quando em pé e nua balouçavam ao andar livres das amarras imposta pela calça jeans justa e agarrada que os moldavam sobre os ossos perdidos no corpo adiposo. Havia sido um encontro marcado pela internet, onde surpreso vira a mulher disforme e simpática, usar todos os argumentos verbais e de manipulação para convencê-lo a ir para a cama. Enveredara em suas carnes observando o ondular da gordura sob a pele a cada estocada, acompanhando flácidos os movimentos do sexo que sem duvida estranho, mas prazeroso.A mulher ressonava mansamente satisfeita mais em ter proporcionado prazer do que em senti-lo. Assim tem sido sua vida desde que desregramentos desmedidos e contumazes depositaram algumas dezenas de quilos á silhueta já encorpada. Usava roupas agarradas para tentar conter aquele desmando de carnes e gorduras ameaçando desabar ao chão sua exuberante e disforme silhueta. Em casa informalmente usava grandes e confortáveis batas que lhe davam liberdade ás carnes, mas o ar senhorial que emprestavam ao seu corpo não lhe agradava. Criatura ingênua quase selvagem, tudo que lhe dizem crê ser verdade tanto mais se aproximem dos seus próprios desejos e imaginação. Como um exercício de auto-estima para o seu fragilizado ego, cantava aos quatro ventos seu talento em proporcionar prazer com suas carnes pródigas e lascivas, avivar-lhes a curiosidade por um sexo desmedido e sem medidas que permitia tudo e tudo permitia. Lisonjeada pela frase de um pretenso escritor que a chamara carinhosamente de dama de Botero repetia a exaustão o fato aos amigos e amigas e aos desconhecidos com quem cruzasse. Fizera-se fã do pintor, imaginou-se pintada por ele, pele lisa formas redondas perfeitas sem as dobraduras que lhe emprestavam a idade e o efeito sanfona dos regimes a esticar e murchar sua pele ao perder e ganhar peso . Mãos gordas, curtas, formavam covinhas marejadas de suor no verão, distribuindo acenos e frases espirituosas insinuadoras ou jocosas para chamar a atenção, como para isto não bastasse o corpanzil, desenvolvera um senso de humor cínico e malicioso onde exagerava palavras de baixo calão, com investidas sem recato a possíveis parceiros. Sorriso perpetuado nos lábios grossos, derretia-se para os jovens executivos e estagiários prometendo-lhes o prazer de todas as virgens em uma só... ela... ao homem que com ela deitasse, e, nela a pátria do leite e do mel. Andar rebolativo, pernas abertas para evitar atrito entre as pernas onde sofria pruridos que só acalmavam com pomadas, provocativa, com um rabo de olho observava as reações ao seu desfile de carnes, se um olhar revelasse o mais leve interesse incontinente ganhava um piscar de olhos mais que sugestivo. Convidava com olhares cúpidos seus superiores no trabalho a uma noite de prazeres sem conseqüência, o que não raro era aceito. Salvaguardas feitas garantias de segredo total solicitados por eles que ela cumpria rigorosamente, temerosa de perder os parceiros, no mais das vezes de uma única e jamais repetida experiência.Uma imperiosa necessidade de machos a deitava com todos os homens que se aproximassem, uma entrega total sem decoro, uma necessidade de satisfazer os mais infames desejos do parceiro eventual, como recompensa por aceitar seu corpo disforme não escolhe aceita, como fosse uma cama de hotel. Na rua seus olhos gulosos seguiam machos que passavam na calçada ou baixo á janela de seu pequeno apartamento, o rosto redondo se afogueava, as moles e salientes bochechas inchavam, os olhos azuis pareciam escapulir-se das órbitas, ao meterem-se gulosos no volume peniano insinuados sob as calças dos jovens homens nas ruas, imaginando-os rijos a vasculhar suas entranhas, sugar-lhes o sêmen entupir-se do liquido da vida. Tremem-lhe os músculos do pescoço, olhos temerosos, sapatos plantados na calçada, mexem-se como se quisessem escapulir-se dali, mas ficam imóveis rígidos imobilizados sem poder desgarrar os olhos dos impávidos machos das ruas que queria para si, não somente como eventuais parceiros mas como companheiros de sua vida, para lhe dar o sabor e a graça que faltavam, se conformara em ser o sexo casual de alguns por falta de opção acostumara.Fora assim com o jovem bonito e musculoso que conhecera na internet, mandara uma foto antiga do rosto aonde ainda conservava um resquício de beleza. Ao telefone esbanjara uma voz sensual como só as mais sensuais mulheres conseguem. Não fora fácil traze-lo á sua cama, não fossem as promessas de total submissão aos seus desejos fossem eles quais fossem, manipular seu sexo com propriedade, mais mordidas sabias nos lóbulos da orelha e não estaria ali ao seu lado dando-lhe o conforto de um corpo jovem e quente em sua casa, em sua cama. Apesar das dores em todas as entranhas, maxilar cansado, satisfez todos os seus desejos, e afinal nem foram tantos, valera a pena ter uma bela companhia mesmo que por momentos. Abre os olhos, azuis infantis, não mais tem a companhia do parceiro, sem palavras, um grito apenas, rouco, selvagem, uma dilacerante interjeição de dor que não cabe nem em seu peito revela a decepção incontida. Preparara um lanche, guloseimas, vinhos e queijos, champanhe, na tentativa de mante-lo mais tempo ao seu lado... em vão. O jovem se fora sem despedidas...nada levando, nada deixando, além do vazio que encontrara, e em sua nua e obesa solidão... a dama de Botero.
Carlos SaidS. P. 08/2008
Carlos SaidS. P. 08/2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Feliz aniversário
Ancorou sua idade em improváveis 57 anos. Já beirando os 70 não abdicava os 57 que retinia e mantinha nos perfis na “Internet” e na vida. As “croacas” já fundiam o barco da vida ao impossível cais dos 57 anos. Dali tudo levava a crer sairia morta, as fotos mesmo as antigas não mais correspondiam à idade anunciada..... Aos amigos funcionava seu ouvido de mercador á reclamação que nunca alterava a idade, aniversários repetidas velas, idade invariavelmente igual. Chegou-se a pensar que além da vaidade, do desejo de juventude, havia naquele inconcebível 57 algo oculto que a numerologia ou o esoterismo explicasse . Mas qual, fora um numero como outro qualquer que a havia feito terminar sua vida aos 57, independente dos anos que tivesse em sua morte. Ali ancorada se descobrira amando e imaginando-se amada, por um homem 20 anos mais jovem que a idade escolhida e trinta e muitos da idade da vida, que conhecera num sitio de relacionamentos. Entregou-se por completo, embevecida da juventude do parceiro. Seus olhos lhe mentiam um sentimento de amor nos olhos sagazes e gananciosos do jovem. Não poupava em satisfazer-lhe os desejos, inventava novos, satisfeita, exausta de sexo sem carinho, carinho este que inventava sem ter, adormecia imaginando-se feliz. Sem perceber ofereceu-lhe o mundo, e deu o seu, para este amor inconcebível para quem via, ansiado por ela que o desejava há tanto. Ao ver derrocadas suas contas bancarias, imóveis vendidos, carros re-financiados, sobrando apenas uma misera poupança a aposentadoria e um apartamento conjugado na pior parte da cidade, desesperou-se. Mais ainda ao sumiço intempestivo do seu amor menino, que tudo levara em roupas, carro e dinheiro e desaparecera sem despedidas, apenas desaparecera.
Deixara um rastro de dor e as indefectíveis críticas abertas e veladas, dos amigos e dos poucos parentes distantes com quem se relacionava. Passada a dor, acostumara-se à nova vida, no bairro central. Sem conforto, contando os dias para receber sua aposentadoria e comendo o que era possível com sua pouca renda. Da nova vida a única incoerência da miséria que vivia era o computador e a “internet” para a qual fazia economias impensadas para manter. Amigas e amigos descorçoaram de preveni-la do novo amor jovem e virtual que a “internet” lhe trazia. Naquele seu ancoradouro dos 57 anos, nesta nova fase dizia. – Agora sim posso viver intensamente este amor, pois nada tenho a perder...imaginando-se em noites alucinantes de sexo com seu novo amante virtual. O que jamais aconteceria, pois se nada tinha a perder, tampouco tinha a oferecer. E este e os demais amores que se sucederam pela “internet”morreram antes ou após um primeiro, desconcertante, decepcionante e fugaz encontro do qual sempre se recuperava para um próximo...e um próximo ...
Carlos Said
Deixara um rastro de dor e as indefectíveis críticas abertas e veladas, dos amigos e dos poucos parentes distantes com quem se relacionava. Passada a dor, acostumara-se à nova vida, no bairro central. Sem conforto, contando os dias para receber sua aposentadoria e comendo o que era possível com sua pouca renda. Da nova vida a única incoerência da miséria que vivia era o computador e a “internet” para a qual fazia economias impensadas para manter. Amigas e amigos descorçoaram de preveni-la do novo amor jovem e virtual que a “internet” lhe trazia. Naquele seu ancoradouro dos 57 anos, nesta nova fase dizia. – Agora sim posso viver intensamente este amor, pois nada tenho a perder...imaginando-se em noites alucinantes de sexo com seu novo amante virtual. O que jamais aconteceria, pois se nada tinha a perder, tampouco tinha a oferecer. E este e os demais amores que se sucederam pela “internet”morreram antes ou após um primeiro, desconcertante, decepcionante e fugaz encontro do qual sempre se recuperava para um próximo...e um próximo ...
Carlos Said
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Vem comigo...viver nossa loucura...
Não pergunte com estes olhos imensos e inquisidores, porque fico alheio a tudo e a todos, se você não é todos, não pergunte escute...mude este olhar de espanto pasmo, para uma certeza medrosa... mas certeza...
Há momentos, que o teclado, a tela eu e o computador formamos um conjunto “simbiotico”... que me completa... sou só ... e ao mesmo tempo todos que sou... sinto-me inteiro ... me transcendo e transcendendo quero estar nu ... mais que nu ... aberto ... para me fazer conhecer... por dentro... para você me conhecer por dentro... para eu me conhecer.. quem sabe compreender... sendo completo somente sentir...e basta. Meus dedos são impelidos ao teclado, derramo sobre eles o que me vai na alma... sem norte ou enredo... sem razão...sem medo... uma frase me faz imaginar e pensar um romance inteiro...quero depurar, manipular... lapidar a frase... deixa-la tão pronta como se houvesse nascido ali, no papel, na tela...e ao ler o contexto ... nenhum sentido faz ... melhor seria deixa-la só ... órfã de texto ... uma frase bonita e sem sentido... estendida no papel... piscando na tela, prenha de uma historia que a complete. É isto que quero que compreenda...nenhum amor nasceu em mim sem passar antes, pelo desvario louco, irado e cego da paixão... sem deixar trôpegas as pernas, em pandemônio o coração a vida... a mente sem utilidade a não ser a total e completa falta de razão... joelhos esfolados de tanto cair ao chão. Antropófago me banquetear nas carnes ser devorador e devorado . Como aqui frente a tela, tento exprimir o que sinto ... me espremo em sucos de palavras sem motivo ... apenas sentindo. Mais do que arrumar palavras numa frase, ou dispor estas frases na tela... mais que isto... sentir as palavras...o sentimento das palavras... as frases com vidas próprias ... destroná-las da cabeça e coloca-las quase humanas na tela ... para que você compreenda ... para que você me entenda.Ou entenda que jamais vai me entender...e aceite como sou.
Sairmos deste transe, machucados, mas inteiros, olhar o mundo ao redor e voltarmos a olhar nossa loucura, sorrir, recolhermos dela o que tivemos de melhor juntar este punhado de emoções de vida em uma mão em concha...guardarmos com carinho. Olharmo-nos num afago dos que viram o paraíso e vermos neles um brilho de futuro. Vem comigo...viver nossa loucura.
Carlos Said
Há momentos, que o teclado, a tela eu e o computador formamos um conjunto “simbiotico”... que me completa... sou só ... e ao mesmo tempo todos que sou... sinto-me inteiro ... me transcendo e transcendendo quero estar nu ... mais que nu ... aberto ... para me fazer conhecer... por dentro... para você me conhecer por dentro... para eu me conhecer.. quem sabe compreender... sendo completo somente sentir...e basta. Meus dedos são impelidos ao teclado, derramo sobre eles o que me vai na alma... sem norte ou enredo... sem razão...sem medo... uma frase me faz imaginar e pensar um romance inteiro...quero depurar, manipular... lapidar a frase... deixa-la tão pronta como se houvesse nascido ali, no papel, na tela...e ao ler o contexto ... nenhum sentido faz ... melhor seria deixa-la só ... órfã de texto ... uma frase bonita e sem sentido... estendida no papel... piscando na tela, prenha de uma historia que a complete. É isto que quero que compreenda...nenhum amor nasceu em mim sem passar antes, pelo desvario louco, irado e cego da paixão... sem deixar trôpegas as pernas, em pandemônio o coração a vida... a mente sem utilidade a não ser a total e completa falta de razão... joelhos esfolados de tanto cair ao chão. Antropófago me banquetear nas carnes ser devorador e devorado . Como aqui frente a tela, tento exprimir o que sinto ... me espremo em sucos de palavras sem motivo ... apenas sentindo. Mais do que arrumar palavras numa frase, ou dispor estas frases na tela... mais que isto... sentir as palavras...o sentimento das palavras... as frases com vidas próprias ... destroná-las da cabeça e coloca-las quase humanas na tela ... para que você compreenda ... para que você me entenda.Ou entenda que jamais vai me entender...e aceite como sou.
Sairmos deste transe, machucados, mas inteiros, olhar o mundo ao redor e voltarmos a olhar nossa loucura, sorrir, recolhermos dela o que tivemos de melhor juntar este punhado de emoções de vida em uma mão em concha...guardarmos com carinho. Olharmo-nos num afago dos que viram o paraíso e vermos neles um brilho de futuro. Vem comigo...viver nossa loucura.
Carlos Said
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